Olá pessoal. Hoje lhes apresento a segunda parte do assunto do último post acerca da fisioterapia aplicada a pneumologia, cujo o trabalho foi feito por mim em um projeto de extensão. A publicação será dividida em duas partes, essa é a segunda. Boa leitura.
MANUOVACUOMETRIA
A PImáx
costuma ser medida a partir da posição de expiração máxima, quando o volume de
gás contido nos pulmões é o volume residual (PImáxVR); contudo, pode
ser medida a partir do final de uma expiração calma, quando o volume de gás
contido nos pulmões é a capacidade residual funcional (PImáxCRF). A
PEmáx é geralmente medida a partir da posição de inspiração máxima, quando o
volume de gás contido nos pulmões é a capacidade pulmonar total (PEmáxCPT),
mas também pode ser medida a partir do final de uma expiração calma (PEmáxCRF).
Em condições ambulatoriais, o indivíduo costuma ser testado na posição sentada,
estando o tronco num ângulo de 90° com as coxas e quadris a 90° (SOUZA, R. B.).
Como a
postura pode influenciar os valores de PEmáx e PImáx, a mensuração será feita
sempre na mesma posição (SOUZA, R. B.).
A
mensuração das pressões respiratórias estáticas máximas é um teste
relativamente simples, rápido e não invasivo, que consiste em duas medidas. A
pressão inspiratória máxima (PImáx) é um índice de força da musculatura
inspiratória, e a pressão expiratória máxima (PEmáx) é um índice de força dos
músculos expiratórios. PImáx e PEmáx são, respectivamente, a maior pressão que
pode ser gerada durante uma inspiração e expiração máximas contra uma via aérea
ocluída3-5. Ambas podem ser medidas por meio do manovacuômetro,
instrumento clássico para avaliar a força dos músculos respiratórios em nível
da boca. Os valores de PImáx e PEmáx são dependentes não apenas da força dos
músculos respiratórios, mas também do volume pulmonar em que são realizadas as
medidas e do correspondente valor da pressão de retração elástica do sistema
respiratório. Contudo, as mensurações das pressões respiratórias máximas
dependem ainda da compreensão das manobras a serem executadas e da vontade do
indivíduo em cooperar e realizar movimentos e esforços respiratórios realmente
máximos (Parreira, V. F.).
As
medidas de PImáx e de PEmáx podem ser utilizadas para quantificar a força dos
músculos respiratórios em indivíduos saudáveis de diferentes idades, em
pacientes com distúrbios de diferentes origens, assim como para avaliar a
resposta ao treinamento muscular respiratório (Parreira, V. F.).
Existem diferenças de procedimentos na literatura.
Os procedimentos apresentados foram baseados no estudo de Bárbara e Rodrigues
(2000), que realizaram uma revisão das metodologias utilizadas por diversos
autores.
1.
Pressão inspiratória máxima (PImáx):
·
Sujeito assentado a 90° com os pés
apoiados no chão;
·
Colocar o bocal e a pinça nasal;
·
Solicitar dois ou três ciclos
respiratórios em volume corrente com orifício de oclusão aberto;
·
Solicitar uma expiração tão completa
quando possível até o VR ( volume residual). O indivíduo poderá ser orientado a
indicar este momento por meio de um gesto;
·
Fechar imediatamente o orifício de
oclusão e solicitar a inspiração, tão forte quanto o individuo conseguir, até a
capacidade pulmonar total ( CPT). Após dois segundo de força sustentada terminar
a manobra e retirar o bocal (Britto, R. R.; Brant, T. C. S.; Parreira, V. F.
2008).
2.
Pressão expiratória máxima (PImáx):
·
Os procedimento para medida da PEmáx são
semelhantes aos descritos anteriormente para a medida da PImáx, os três primeiros passos são os mesmos e o
próximos dois da seguinte maneira;
·
Solicitar primeiramente uma inspiração
tão completa quanto possível até
CPT, também com indicação por
gesto por parte do indivíduo (Britto, R. R.; Brant, T. C. S.; Parreira, V. F.
2008).
INDICAÇÃO CLÍNICA
A mensuração da PImáx é
extremamente útil na monitorização das fraquezas dos músculos inspiratórios, em
especial no desenvolvimento de insuficiência respiratória. A medida da PEmáx é
de grande importância na avaliação da eficácia da tosse e consequentemente, na
presença de acúmulos de secreções nas vias aéreas.
A mensuração das
pressões respiratórias esta indicada na avaliação e no acompanhamento de
sujeitos:
·
Saudáveis que serão submetidos a
treinamento geral ou muscular específico;
·
Dispnéico;
·
Desnutridos;
·
Com distúrbios ventilatório obstrutivos
e/ou restritivos;
·
Com doenças neuromusculares;
·
Em ventilação mecânica;
·
Em pré e pós-operatório tardio (Britto,
R. R.; Brant, T. C. S.; Parreira, V. F. 2008).
CONTRA-INDICAÇÕES
Devido ao grande
esforço necessário para correta realização da técnica, ela é contra-indicada
nas seguintes situações:
·
Infarto agudo do miocárdio (IAM) ou
angina instável recente;
·
Hipertensão arterial não controlada;
·
Aneurisma de aorta;
·
Pneumotórax (ou relato recente);
·
Fístula pulmonares;
·
Hérnias abdominais;
·
Cirurgia torácica ou abdominal recente;
·
Problemas agudos de ouvido médio
(Britto, R. R.; Brant, T. C. S.; Parreira, V. F. 2008).
REFERÊNIAS
FREGADOLLI, P. Comparação entre o uso de bocal e máscara facial na
avaliação de volumes pulmonares e capacidade vital em indivíduos saudáveis. Fisioter. Pesqui. vol.17 no.1 São
Paulo Jan./Mar. 2010
Disponível
em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-29502010000100006&script=sci_arttext>.
Acesso em: 26 de nov. 2014.
BARRETO, S. S. M. Volumes pulmonares. Jornal de
Pneumologia 28(Supl 3) – outubro de 2002. Disponível em: <
http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_135_45_22%20volumes%20pulmonares.pdf>.
Acesso em: 26 de nov. 2014.
COSTA, V. S. P. Efeito
do uso da cinta abdominal elástica na função respiratória em indivíduos lesado
medular na posição ortostática. Dissertação (Mestrado) Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
Britto, R. R.; Brant, T. C. S.;
Parreira, V. F. Recursos Manuais e
Instrumentais em Fisioterapia Respiratória. Manole, 2008.
Parreira, V. F. Pressões respiratórias máximas: valores
encontrados e preditos em indivíduos saudáveis. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552007000500006
pdf > Acesso em: 26 de
nov. de 2014.
SOUZA, R. B. Pressões
respiratórias estáticas máximas. Disponível em: <
http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_137_45_88%20Press%C3%B5es%20respirat%C3%B3rias%20est%C3%A1ticas%20m%C3%A1ximas.pdf> Acesso em: 26 de nov. de
2014.
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