Título
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Influência da
Freqüência de Alongamento Utilizando
Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva na
Flexibilidade
dos Músculos Isquiotibiais.
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Publicação
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Revista Brasileira de Medicina do Esporte Vol. 13 n° 01 Jan/Fev, 2007
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Autores
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GAMA, Z. A. S. et
al.
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Introdução
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A amplitude
articular de movimento (AAM) depende da extensibilidade dos tecidos moles
peri e intra-articulares. A saber: (1) as ligações cruzadas entre os
filamentos de actina e miosina, (2) as proteínas não contráteis do
citoesqueleto do endossarcômero e exossarcômero; e (3) os tecidos conectivos
do endomísio, perimísio e epimísio. Harrelson e Leaver-Dunn, sugerem que os
tecidos moles são os principais responsáveis pela maior parte da resistência
ao alongamento do músculo relaxado normal. Em alguns estudos defendem que o
alongamento ocorre por características viscoelásticas dos componentes
musculares. Outros defendem que estes ocorrem por tolerância do indivíduo ao
alongamento. As principais técnicas de alongamento variam em alongamento
passivo ou estático, balístico e modalidades que utilizam facilitação
neuromuscular proprioceptiva (FNP). Várias modalidades terapêuticas em FNP podem estar sendo
usadas em alongamento.
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Objetivo
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A proposta deste
estudo foi examinar os efeitos da freqüência
de alongamento com
FNP, tanto depois de 10 sessões de alongamento, quanto imediatamente após o
alongamento, no que diz respeito à flexibilidade dos músculos isquiotibiais.
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Metodologia
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Foram usados 41mulheres
com média de idade de 21,7 anos. As voluntárias eram jovens, saudáveis, sem
disfunções de locomoção, com flexibilidade dos isquiotibiais limitada, não
podendo realizar a extensão ativa do joelho (EAJ) direito com o quadril a 90°
de flexão e ultrapassar 160° de extensão de joelho. As voluntárias não
poderiam ser atletas ou estar em programa de alongamento da musculatura
posterior da coxa. Em caso de faltar a alguma sessão, a exclusão foi
imediata. O primeiro grupo foi o controle, o qual não foi submetido ao
protocolo de alongamento e teve suas medidas realizadas no primeiro dia,
pré-teste, e uma medida final no 12º dia, pós-teste. Os outros grupos
receberam o protocolo de alongamento com FNP diferindo apenas quanto ao
número de repetições da manobra por dia, sendo as medidas realizadas
diariamente, antes e depois do protocolo. Grupo 0A (n = 9)
foi o grupo controle; grupo 1A (n = 9) foi submetido a uma manobra de
alongamento com FNP; grupo 3A (n = 9), a três manobras; e o grupo 6A (n = 9),
a seis manobras. Instrumentos: Foi utilizada uma prancha desenvolvida
por Brasileiro et al. para medição da flexibilidade dos isquiotibiais,
baseado no ângulo máximo de EAJ direito. Protocolo de medição: Realizaram-se
2 medições por dia, uma antes e outra depois do alongamento. A 1° medição era
precedida por cinco minutos de bicicleta estacionária. O sujeito era
posicionado na prancha e solicitavam-se três extensões ativas máximas do
joelho direito. Foi utilizada a média aritmética simples dessas três
medições. A participante colocava-se em decúbito dorsal e tinha sua coxa esquerda
estabilizada pelo pesquisador com o auxílio de uma toalha. O terapeuta
flexionava passivamente o quadril direito da participante até o limiar de
dor. Ao sinal do pesquisador, era solicitado que a voluntária realizasse
força por 5 segundos para estender a perna, contraindo os extensores do
quadril por cinco segundos; a contração era resistida pelo terapeuta. Análise
estatística: Foi utilizada estatística descritiva para analisar os dados
de idade, peso, altura, índice de massa corpórea, ganho total de
flexibilidade, ganho imediato e ganho diário. Também foi utilizada uma
análise de variância (ANOVA) unidirecional (one way) para testar a homogeneidade
das medidas angulares iniciais (pré-teste) e também as características de
idade, peso, altura e índice de massa corpórea. As medidas pós-teste foram
efetuadas com uma análise de variância (ANOVA) unidirecional (one way)
seguidas do teste post hoc de Tukey. Finalmente, cada grupo experimental foi
submetido a uma análise de variância (ANOVA) unidirecional (one way) para
identificar em que sessão ocorreu ganho significativo de EAJ em relação à
medida pré-teste. O grupo controle não foi incluído nessa análise específica
por não possuir dados diários. Em todos os testes, o nível de significância
adotado foi de p ≤0,05. Utilizou-se o programa SPSS for Windows 12.0 para a
análise dos dados.
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Resultados
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A análise descritiva dos grupos indicou homogeneidade em relação a
idade, peso, altura e índice de massa corpórea. Após 10 sessões de
alongamento com FNP ouve um aumento estatisticamente significativo da variável EAJ. Em relação ao efeito imediato do
alongamento com FNP, ou seja, a diferença entre as medidas pré e
pós-alongamento de uma mesma sessão, o grupo 1A ganhava média de 4,6 graus
entre o início e o final da sessão, o grupo 3A aumentava 5,8 graus, enquanto
o grupo 6A atingia imediatamente média de 4,5 graus. Cada grupo foi avaliado
individualmente comparando-se a EAJ pré-teste com o valor encontrado em cada
dia do protocolo de alongamento. Observou-se, então, que os grupos 3A (F(1,8)
= 8,1; p = 0,011) e 6A (F (1,8) = 6,9; p = 0,018) atingiram aumento
significativo da AAM no quinto dia, ou seja, após quatro sessões de
alongamento, enquanto o grupo 1A aumentou apenas no oitavo dia (F(1,8) = 6,1; p = 0,025), isto é, após a sétima sessão.
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Discursão
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Bandy et al. encontraram resultados semelhantes aos do presente estudo. Grandi também
constatou que um alongamento passivo de 30 segundos tem a mesma
eficácia
que quatro alongamentos de 18 segundos. O
presente
estudo revelou que houve ganho significativo de flexibilidade dos isquiotibiais em todos os grupos de alongamento
com FNP depois das 10 sessões. O grupo de três alongamentos
com FNP, juntamente com o de seis, atingiu a diferença significativa em
relação às medidas iniciais no quinto dia; o grupo de um alongamento com FNP
só atingiu essa diferença no oitavo dia. Desta forma a freqüência de
três alongamentos com FNP seria mais indicada para promover ganho mais rápido
de flexibilidade. Os resultados do presente estudo corroboram, em parte, os
achados de Spernoga et al., que observaram que o ganho imediato do
alongamento dos isquiotibiais permanece por apenas seis minutos, deixando, a
partir de então, de ser significativo. Entretanto, os resultados do presente
estudo indicam que, mesmo com considerável perda do efeito imediato, 24 horas
após o alongamento, ainda existe ganho de amplitude; dessa forma, a cada dia,
um ganho de amplitude residual é incorporado.
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Conclusão
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Conclui-se, portanto, que manobras de alongamento com facilitação
neuromuscular proprioceptiva são efetivas para aumentar a flexibilidade dos
músculos isquiotibiais, independente da freqüência utilizada (uma, três ou
seis manobras). O efeito tardio é o mesmo, em relação ao ganho de AAM, quando
se utilizam uma, três, ou seis manobras de alongamento com FNP, para um
protocolo com duas semanas de duração. Finalmente, a freqüência de três
manobras obteve maior efeito imediato quando comparada com as freqüências de
uma e seis manobras, sendo comprovado também que três e seis manobras de
alongamento com FNP atingem ganho significativo de flexibilidade mais rápido
que um protocolo de uma manobra de alongamento com FNP.
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Referências
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Parecer
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O artigo procurou
examinar os
efeitos da freqüência de alongamento com FNP tanto apos de 10 sessões de
alongamento, quanto imediatamente após o alongamento. Foram utilizadas 41
mulheres de 21,7 anos. Elas não podiam realizar a extensão ativa do joelho
(EAJ) direito com o quadril a 90° de flexão e ultrapassar 160° de extensão de
joelho para critérios de inclusão. O artigo demonstrou que houve para aumento
da flexibilidade do m. isquitibiais a FNP é benéfica. Sendo que o demonstrado
na pesquisa foi que a repetição de 3 series de alongamento de FNP em
comparação com 1 que esta demora mais tempo para os resultados de
flexibilidade 6 repetições que utilizaria mais tempo gasto ficou comprovado
que os benefícios a melhor prazo (tempo) versus eficácia de tratamento e a
melhor escolha terapêutica de 3 repetições de FNP.
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